Domingo de Ramos -Ano B
"Salva-te a Ti mesmo e desce da cruz" Mc 15, 30
Entramos na tua paixão Jesus, como se assistíssemos a um filme já visto,
recordamos de novo que não há vitória sem cruz, e o teu amor venceu a morte;
e Tu entras na nossa paixão, a abraçar as dores e medos que nos assolam,
qual Cireneu tomas as nossas cruzes e sussurras aos ouvidos que só o amor salva.
Sentamo-nos à tua ceia, Jesus, quantas vezes sem oferecer o pão e o vinho da nossa vida,
na alegria de dar a vida e amar até ao fim, como Tu fizeste;
e Tu dás-nos de novo o perdão, o pão e o vinho que nos alimentam e alegram,
e o cuidado do próximo e do pequenino com quem Te identificas.
Assistimos aos teus julgamentos, Jesus, esquecidos das nossas condenações fáceis,
pois é fácil apontar o dedo, excluir ou ficar insensível ao sofrimento de outros;
e Tu revelas que o maior poder é salvar, dar vida ao que estava morto,
e, mesmo entre lágrimas, ensinas-nos a semea.
Caminhamos contigo, Jesus, para o calvário, multiplicado por esta pandemia,
onde se mistura a grandeza de cuidar e inventar meios para vencer o mal,
e também a indiferença e a ganância que se espalha como vírus;
e Tu caminhas connosco, a pedir que acreditemos em Ti e no amor do Pai.
Morremos contigo, Jesus, derrotando o egoísmo e a guerra,
o que nos fecha e isola, o que nos diminui e aprisiona;
e Tu nos ressuscitas, como sol que nasce e vence a noite,
e alargas a nossa esperança à surpresa da eternidade.
Pe. Vitor Gonçalves
in Voz da Verdade
A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
- A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste "servo" a figura de Jesus.
- A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
- O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus - esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
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Pe. Vitor Gonçalves
Rádio Renascença