18º Domingo do Tempo Comum - Ano C

31-07-2022 07:53

 

“Assim acontece a quem acumula para si,

em vez de se tornar rico aos olhos de Deus”.  Lc 12, 21

 

Ao contemplar a imensa beleza da criação,

e a singularidade da minha imagem refletida no rio…

O vento que faz bailar as folhas,

e os pés que deixam a marca dos passos na areia…

O chilrear dos pássaros multicolores,

e a doçura das palavras ditas e escutada…

O céu azul ou com noites estreladas,

e o pensamento que ganha asas até ao infinito…

Sinto, ó Deus, que toda a gratidão é pouca

para Te dizermos: “Obrigado pela vida!”

Ao olhar a agitação frenética do mundo,

e a sociedade do consumo que nos consome…

A felicidade fugaz das coisas,

e a produção de novas necessidades…

A acumulação gananciosa e egoísta,

e o esquecimento de próximos e distantes…

A ânsia de ter, de poder, de parecer,

e a solidão do amor aprisionado…

Lembro, ó Deus, que Tu dás o verdadeiro bem

e rezo: “Ensina-nos a darmos tudo!”.

 

Ao acolher a vida que é dom e compromisso,

e as coisas como bens para fazer bem…

Os sonhos que desinstalam,

e a ternura que envolve os gestos…

Os outros nas diferenças e originalidades,

e a festa de estarmos juntos…

A esperança comprometida com o futuro,

e a sabedoria iluminada do passado…

Renovo, ó Deus, esta humilde prece,

e peço: “Sejamos ricos aos teus olhos!”

 

Pe. Vitor Gonçalves

in Voz da Verdade

 

 

A liturgia deste domingo questiona-nos acerca da atitude que assumimos face aos bens deste mundo. Sugere que eles não podem ser os deuses que dirigem a nossa vida; e convida-nos a descobrir e a amar esses outros bens que dão verdadeiro sentido à nossa existência e que nos garantem a vida em plenitude.

  • No Evangelho, através da “parábola do rico insensato”, Jesus denuncia a falência de uma vida voltada apenas para os bens materiais: o homem que assim procede é um “louco”, que esqueceu aquilo que, verdadeiramente, dá sentido à existência.
  • Na primeira leitura, temos uma reflexão do “qohélet” sobre o sem sentido de uma vida voltada para o acumular bens… Embora a reflexão do “qohélet” não vá mais além, ela constitui um patamar para partirmos à descoberta de Deus e dos seus valores e para encontramos aí o sentido último da nossa existência.
  • A segunda leitura convida-nos à identificação com Cristo: isso significa deixarmos os “deuses” que nos escravizam e renascermos continuamente, até que em nós se manifeste o Homem Novo, que é “imagem de Deus”.
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
portugal@dehnianos.org – www.dehonianos.org
 
 
Rádio Renascença