4º Domingo de Páscoa - Ano B

22-04-2018 09:10

 

 
                                
 
 
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas.” Jo 10, 11

 

 

 

A imagem de Jesus como Bom Pastor, pintada nas catacumbas de S. Calisto em Roma e datada do século III, é uma das primeiras e mais antigas representações de Jesus. Era uma representação muito querida dos primeiros cristãos. E o Papa Francisco, desde a primeira Missa Crismal a que presidiu, tem insistido, de modo especial com bispos e padres, para serem “pastores com o cheiro das ovelhas”. A proximidade com que se procura servir é condição fundamental para o verdadeiro serviço. ​​E não será assim em todas as responsabilidades humanas? Não somos todos líderes de pequenas e grandes associações, da família a grandes empresas, de uma associação a estados? Como é possível ser “bom pastor” quando não se conhece a realidade de todos, quando interesses pessoais se põem à frente do bem comum, e privilégios adquiridos se deixam de confrontar com valores de justiça e equidade? O velho adágio tem uma actualidade premente: “quem não vive como pensa, acaba por pensar como vive!” É na vida, com o passar do tempo e os frutos que se partilham (ou não), que se reconhecem e apreciam os “bons pastores” e se desmascaram os mercenários! Escutar, discernir e viver “o chamamento do Senhor” é o convite que o Papa Francisco faz para esta semana de oração pelas vocações. Estes verbos podem configurar a missão de pastores a que, no fundo, muitos ou todos, somos chamados. Escutar o que o Espírito diz no mais íntimo de cada um de nós implica abertura e acolhimento. Escutar o que os outros dizem, por palavras e em silêncio, é o primeiro grande serviço para entender e ajudar. Discernir é usar os dons da inteligência e da sabedoria para escolher os melhores caminhos. É procurar olhar a vida com os olhos de Jesus ressuscitado que dá a vida pelas suas ovelhas. E viver é assumir a nova existência de quem é amado e salvo pela vida entregue por Jesus. Viver comprometido em transformar tudo segundo o projecto de Deus.Podemos estranhar o nome de “pastores” num tempo e numa cultura que já não entende este simbolismo. É possível dar-lhe outros nomes: contudo saberemos sempre identificar quem ama e dá a vida. É desses pastores que o mundo precisa.

Padre Vitor Gonçalves

in Voz da Verdade

 

O 4º Domingo da Páscoa é considerado o “Domingo do Bom Pastor”, pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como “Bom Pastor”. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe, hoje, à nossa reflexão.

  • O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor modelo”, que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para “escutar” as propostas que Ele faz e segui-l’O no caminho do amor e da entrega.
  • A primeira leitura afirma que Jesus é o único Salvador, já que “não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos” (neste “Domingo do Bom Pastor” dizer que Jesus é o “único salvador” equivale a dizer que Ele é o único pastor que nos conduz em direcção à vida verdadeira). Lucas avisa-nos para não nos deixarmos iludir por outras figuras, por outros caminhos, por outras sugestões que nos apresentam propostas falsas de salvação.
  • Na segunda leitura, o autor da primeira Carta de João convida-nos a contemplar o amor de Deus pelo homem. É porque nos ama com um “amor admirável” que Deus está apostado em levar-nos a superar a nossa condição de debilidade e de fragilidade. O objectivo de Deus é integrar-nos na sua família e tornar-nos “semelhantes” a Ele.

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